Matriz de avaliação de impactos ambientais para conservação populacional da Amarilis na Serra da Mantiqueira

METODOLOGIA

Durante a terceira semana do mês de maio de 2017 foram feitos caminhamentos amostrais por toda área da Pedra das flores, Pico do Marins, Pico da Bandeira, Pico Cabeça de Touro e Pico dos Três Estados com o objetivo de avaliar possíveis impactos existentes sobre a população de Hippeastrum morelianum Lem. Além de sintetizar ferramentas conservacionistas para manutenção da população. Também foram feitas entrevistas com montanhistas profissionais e amadores que frequentam os locais e moradores próximos, com o objetivo de compreender a dinâmica populacional no tempo e no espaço da referida espécie e com o foco de melhor direcionar tais elementos, foi traçada uma matriz de impacto ambiental simplificada, conforme, a matriz de Lollo, 2005, adaptada ao presente caso.
Foram considerados os impactos nos componentes do meio físico, meio biótico e contato antrópico. Para todos os componentes foram descritos os impactos, quando existentes, e avaliados os componentes de natureza (negativo ou positivo), ordem (direto ou indireto), magnitude (alta) média e baixa) e duração (temporário ou permanente), sendo possível também descrever medidas resolutivas quando necessárias.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Após cirúrgica análise da relação do homem com o meio ambiente local, averiguou-se que o principal gerador de impacto no ecossistema analisado é o turismo, que em baixo e médio grau, gera impacto ambiental negativo ao habitat da espécie Hippeastrum morelianum Lem. e Hippeastrum psittacium (Ker Gawwl.), para o meio físico destaca-se o impacto vegetacional, uma vez que a amarílis possui valor comercial, seja na ornamentação ou no uso como fármaco. A biopirataria é uma marca social, inerente ao modelo cultural da sociedade brasileira, e a retirada de espécies silvestres de seus referidos ecossistemas é um crime prescrito legislamente pela nova Lei Florestal (Lei nº 12.651, de 22 de maio de 2012) que incorpora a proteção à vegetação nativa estipulada nos acordos internacionais. Este considera, em seu artigo 3º (inciso II), como área de preservação permanente as florestas e demais formas de vegetação com a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica e a biodiversidade, facilitar o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das populações humanas.
Também averiguou-se que as atividades de trilha sem conscientização ambiental, promoveram a geração de resíduos sólidos e a descaracterização ambiental

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A falta de instrumentos conservacionistas na legislação ambiental permite brechas para que toda atividade humana realizada sem manejo conservacionista, gere impactos ambientais. Deve-se ter a clareza de que estes instrumentos fazem parte de um planejamento para gestão futura, isto é, preservar a natureza como um todo e garantir o lazer e admiração do homem com o meio ambiente.
A sistematização de uma metodologia como a matriz utilizada nesse trabalho facilita a visualização dos possíveis impactos na Serra da Mantiqueira, sendo observado que para o presente cenário a melhor medida mitigadora de impactos é a multiplicação da educação ambiental com os visitantes da Pedra das Flores, do Pico do Marins, Pico da Bandeira, Cabeça de Touro entre outras Montanhas que se possa encontrar estas espécies de Amarílis e outras espécies pertencente à flora da Mantiqueira, explicar-se-ia a importância da espécie para todo ecossistema, a essencialidade da preservação das espécies da flora e da fauna como um todo.

REFERÊNCIAS

Fialho,T.;Andrade,A. Relevância Biológica da Serra da Mantiqueira para a Conservação da Mata Atlântica Paulista. Instituto Oikos de Agroecologia Dezembro de 2011.
Lollo, J. A.; Röhm, S. A. Proposta de matriz para estudos de impacto de vizinhança.
HOLOS Environment, v.5, n.2, p.169 – 184. 2005.

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